No meio de inúmeras datas comemorativas e dias especiais, hoje celebramos a Mãe Natureza e a sua necessidade urgente de conservação. E se existem boas maneiras de a preservar, nada como falar com peritos na área: A Reflorestar Portugal.
No meio de inúmeras datas comemorativas e dias especiais, hoje celebramos a Mãe Natureza e a sua necessidade urgente de conservação. E se existem boas maneiras de a preservar, nada como falar com peritos na área: A Reflorestar Portugal.
A Reflorestar Portugal surgiu de um sonho colectivo de ver as Florestas Portuguesas renascerem. O seu trabalho, em conjunto com uma forte rede de parceiros, tem sido notável na conexão entre diferentes intervenientes da sociedade de modo a apoiar e contribuir para a Regeneração das Comunidades Rurais e da Floresta Nativa.
Num cenário de crise climática torna-se crucial que o ser humano se familiarize com o Meio Ambiente ao qual pertence, para assegurar a sua sobrevivência enquanto espécie.
Apesar de nos termos adaptado à vida na cidade, esse não é o nosso meio natural. A sociedade moderna criou práticas de exploração e cultivo em larga escala para dar resposta ao estilo de vida urbano e ao modelo económico actual, o que tem colocado uma grande pressão sobre os ecossistemas.
A agricultura de larga escala, a pecuária, a mineração e a exploração de petróleo são os principais responsáveis pela desflorestação e degradação do meio ambiente terrestre. As más práticas florestais e os incêndios são a segunda causa de desflorestação, seguidos pela urbanização.
De uma forma generalista os principais produtos a serem evitados para não contribuir para a contínua desflorestação são: carne vermelha, soja, óleo de palma, açúcar, madeira e o petróleo. De forma consciente, cada indivíduo pode exercer o seu poder de escolha na hora da compra de algum destes produtos, preferindo produtos locais, produzidos em pequena escala e agroecológicos (sem químicos, que actuam na regeneração ambiental e que fomentam a igualdade social), locomovendo-se tanto quanto possível de forma a não consumir petróleo e evitando plásticos.
Mas o maior vilão é o modelo económico em si e por isso, melhor do que comprar este ou outro produto, é tornar-se o mais autossustentável possível, criando a sua horta ou agrofloresta, captando água da chuva, produzindo a sua energia em pequena escala, reutilizando, reciclando e cooperando com iniciativas locais de resiliência e autonomia que implementem economias circulares e solidárias. Isto implica claramente um retorno ao meio rural e uma reestruturação do modo de vida dentro das cidades, incentivando por exemplo a existência de hortas comunitárias e agroflorestas urbanas, corredores de flores para polinizadores e gestão dos espaços, dando vida ao verde dentro do cinzento da cidade.
A questão da mineração é na minha perspectiva das mais complexas a ser resolvida pois toda a infra-estrutura e tecnologia actual está assente na extração de minérios e embora já existam muitas alternativas, estas ainda não estão amplamente desenvolvidas para baratear a sua produção e o consumo é muito elevado. É portanto necessário o interesse individual e a educação de cada um/a sobre o assunto para se tornar um membro activo da sociedade e para exercer o seu papel cívico e dever de proteger a vida no planeta.
O ritmo ao qual temos perdido florestas é alucinante e juntamente com elas uma enorme quantidade de espécies animais e vegetais são extintas. As Florestas são responsáveis pela manutenção do ciclo da água, do ciclo dos nutrientes, da fixação de CO2 e outros gases derivados da ação humana. São também a casa de inúmeros animais, fungos e microorganismos que mantém através da sua existência, a floresta a funcionar. São portanto todos indispensáveis. É fundamental conservar e manter as florestas e bosques que existem actualmente no planeta. Como disse o responsável da ONU pelo ambiente, desenvolvimento e agricultura: “As florestas são uma importante frente de ação necessária na luta global contra as mudanças climáticas catastróficas – graças à sua capacidade incomparável de absorver e armazenar carbono. Parar o desmatamento e restaurar florestas danificadas pode fornecer até 30% da solução climática.”
Na Reflorestar Portugal trabalhamos justamente para disseminar o conhecimento e práticas de Regeneração Ambiental, juntamente com ferramentas sociais para a criação de Culturas Regenerativas. Em Portugal, a floresta padece principalmente de más práticas de gestão e incêndios florestais, sendo que a actual lei de limpeza das florestas da forma como está a ser aplicada, tem vindo a degradar ainda mais os 10% de Floresta ainda existente no nosso país.
É preciso ter em conta que não necessitamos de “limpar” a floresta e sim de a regenerar, pois uma floresta equilibrada é húmida por natureza e raramente arde por causas naturais. O corte e queima dos matos faz com que a terra fique núa e exposta ao sol e à chuva, perdendo toda a sua humidade e fertilidade, aumentando a temperatura local, compactando os solos e por isso diminuindo a permeabilidade e infiltração da água da chuva. A queima de matéria orgânica como os galhos e folhas, além de contribuir para o aumento da produção de CO2 e outros gases poluentes, está a retirar do solo a sua nutrição. Assim, quem tenha que limpar terrenos deverá preferir um corte selectivo, garantindo que as espécies autóctones de pequenas árvores e plantas silvestres não sejam eliminadas e que a matéria orgânica seja de preferência triturada e deixada no local para evitar “feridas abertas” no solo, cobrindo-o o melhor possível, para manter a humidade e promover a vitalidade de fungos e microorganismos na terra.
Urge portanto que antes de mais, se entendam melhor os ciclos naturais para que a Floresta seja valorizada pela gigantesca função de manter grande parte da vida no planeta e que cada um de nós se possa reconectar à incrível felicidade de se tornar um ser bem vindo e regenerador no seu Meio Ambiente.
Marina Pacheco Nobre
Co-Fundadora da Reflorestar Portugal