A Organii comemora este mês de junho o seu 12º aniversário, altura em que se faz um balanço de 12 anos de cosmética biológica em Portugal, em que se reveem os valores corporativos e em que se projeta sobretudo sobre o futuro. Este é um futuro que se prevê entusiasmante e frenético, trazendo uma mudança que Cátia Curica tem como positiva. O sentimento que cresce é de esperança coletiva, que as pessoas queiram ter mais impacto social e ambiental. Queremos deixar o mundo um lugar melhor do que o que encontramos atualmente. E claro que este sentimento se irá refletir no mundo da cosmética também.
Então quais são, para a Organii, as 12 tendências para a próxima década?
1 – Produtos Ecológicos – produtos cosméticos cuja preocupação para além do bom efeito na pele é com a ecologia, serem biodegradáveis, não terem embalagens de plástico, não terem embalagem de todo, serem recarregáveis. Já vemos esta tendência atualmente: desodorizantes e protetores solares onde podemos comprar somente a recarga;
2 – Cosméticos vendidos a granel – a oportunidade de levar apenas a quantidade que pensa que irá necessitar. Permite diminuir o desperdício e a reutilização de embalagens;
3 – Minimalismo – tendência de nicho, mas cada vez com mais expressão: less is more. A tendência de usar menos produtos para um efeito máximo. Como conseguir será a questão e vamos ver o crescimento de produtos multifunções e outras vezes o aconselhamento e a escolha da rotina correta a virem ao de cima para que o minimalismo possa imperar;
4 – Formulações sem água (Waterless Beauty) – sendo a água um bem cada vez mais escasso no nosso planeta esta será uma preocupação crescente. Os produtos de beleza sem água são formulados sem água, embora possam conter outros líquidos como base. Podem igualmente vir em pó ou em formas concentradas que são ativadas quando misturadas com água doméstica. Há dois principais benefícios: contêm quantidades mais elevadas de ingredientes ativos, e utilizam menos recursos para produzir.
5 – Upcycling – a reutilização de restos, lixo e desperdícios de outras indústrias, nomeadamente da alimentar, do vinho, da cortiça, do papel, mas não só. Dar uma segunda vida a desperdícios que de outra forma seriam deitados fora. A par da indústria da moda, que começa a fazê-lo, é uma tendência crescente na cosmética: cascas, ramos, borras de café, óleos extraídos de desperdícios. Tudo o que se conseguir aproveitar e for bom para a pele;
6 – Nutricosméticos – fenómeno de convergência entre a indústria cosmética e a indústria alimentar para designar produtos de administração oral com benefícios para a pele, cabelo ou unhas. São alimentos, bebidas ou suplementos alimentares, mas cujo objetivo é tratar da pele. Melhorar a hidratação, o colagénio ou o ácido hialurónico são alguns exemplos;
7 – Personalização – a personalização será uma grande tendência dos próximos anos. Vemos isto em diversos setores de atividade (imobiliário, roupa, automóvel) e sem dúvida que o mundo da cosmética não escapara. Encontrar formas diversas de sermos cada vez mais pessoais e individualizar os tratamentos cosméticos que se oferecem. Personalizar aromas, misturar capacidades para tratamentos específicos individuais e não para um único tipo de pele ou problema específico. Poder fazer cosméticos individuais, frescos e que podem ser reavaliados e modificados;
8 – Avanços genéticos – à medida que se avança na ciência do genoma humano, cresce a possibilidade de se trabalharem características genéticas específicas. E claro que o antienvelhecimento da pele e as doenças autoimunes vão estar no radar dos avanços científicos da indústria cosmética. Mas não ficamos por aqui, tudo o que geneticamente se poder moldar para fins estéticos será uma tendência a explorar;
9 – Microbioma – a descoberta e a exploração das bactérias que vivem em simbiose com o corpo humano tem-nos levado a várias investigações sobre os seus benefícios. Pelo contrário, os malefícios que surgem quando estas colónias de bactérias são destruídas ainda é um estudo precoce, que surgem à medida que mais se sabe sobre produtos prebióticos e probióticos vão surgir. Não apenas para promover este microbioma a nível intestinal, mas a nível de todas as mucosas – pele, mucosa vaginal, axilas. Vamos ver nesta área uma crescente tendência para cosméticos prebióticos e probióticos, com o intuito de promover a existência, manutenção e propagação destas colónias de boas bactérias a nível da pele;
10 – Produtos sem género – tal como na moda, nas atitudes, na música, no desporto, ou na arte, o género “sem género” veio para ficar. Não só é uma tendência, mas uma forma de não discriminação pelas opções individuais, algo que irá claramente passar para a cosmética. Produtos que dão para os vários tipos de pele, género, estilos de vida, hora do dia. Específicos no que querem tratar, mas sem referência a género para permitirem a identificação com todos;
11 – Transparência – transparência de ingredientes, de métodos de fabrico, com os testes em animais, com o que realmente é a realidade da empresa. A transparência como grande ferramenta de confiança e a confiança a ser a grande moeda de troca da próxima década. Em vez da perfeição, o erro, o caminho, e a transparência de o comunicar. E também a tendência de a beleza mostrar os defeitos, o acne, as imperfeições. Beleza como sinal de verdade, e a realidade deve ser transparente, não perfeita;
12 – Natureza – Tendência atual e que vai perdurar, sem dúvida. A natureza como inspiração e a natureza como fonte de recursos. Especialmente à medida que a tecnologia consegue trabalhar o que a natureza nos dá, vamos podendo ter extratos ainda mais poderosos, mais ricos em antioxidantes, células estaminais de rebentos de plantas, plantas adaptogénicas, superalimentos para a pele, etc.